Os danos da PEC 241

Enquanto as panelas soavam pelos quatro cantos do Brasil, pedindo pela saída de uma presidente que foi inocentada das denúncias contra ela, uma parcela expressiva do congresso brasileiro já articulava projetos extremamente danosos para a população. Em tão pouco tempo de iniciado o golpe de estado, e com a justificativa de que a crise exige cortes na “carne”, o governo ilegítimo – que não teve sequer um voto da população – crava seu punhal nas costas do pobre, do desamparado, de quem mais precisa de atenção à saúde e à educação: a PEC 241.

E o que quer dizer dessa tal PEC ? em poucas palavras: morte do SUS (sistema que salva mais de 150 milhões de brasileiro), morte das universidades públicas, elitização mais expressiva da educação, congelamento do salário mínimo, entre outros danos irreversíveis, que jogarão o Brasil anos atrás, um retrocesso social sem precedentes.

Como se pode pensar e conter gastos (?) em áreas tão essenciais como educação e saúde? Por que não taxar grandes fortunas? Por que não congelaram os próprios salários (ou cortaram benefícios), e os salários dos juízes? Por que manter tantos benefícios próprios que custam caro para os cofres brasileiros: auxílio moradia, alimentação, carros pagos com dinheiro público, paletó…….por que todo trabalhador tem de pagar por seus gastos, menos os políticos? Há algo de muito errado nesse sistema brasileiro. Algo que a população não pode mais permitir que aconteça. Cadê a pensão das filhas de militares que não foi extinta e que custa BILHÕES aos cofres públicos? Isso sim é muito absurdo e custoso para nosso bolso.

Saúde e educação jamais deveriam ser vistos como gasto público, mas como investimento. Esse absurdo, que chamam de contenção de gastos, que prevê congelar o investimento em saúde e educação por 20 anos. São duas décadas!!!! de mais sofrimentos e retrocessos para o povo brasileiro, só vai nos jogar ladeira abaixo. E muitos especialistas, economistas e estudiosos já declararam a fragilidade dessa PEC, que não terá um impacto na economia do país.

Essa medida cruel não atinge a carne de qualquer um deles que votaram a favor. Inclusive, de forma infeliz, o deputado federal Nelson Marquezelli (PTB-SP), declarou que quem não tem dinheiro não entrará na universidade. Um verdadeiro absurdo proferido em alto e bom som. Essa tal PEC 241 só afeta diretamente ao povo desprovido das benesses dos políticos, afeta ao pobre, a quem vive de salário mínimo (mínimo mesmo), a quem precisa do SUS para cuidar da saúde, a quem precisa, quer e tem o direito de estudar, mas não pode pagar.

Por isso que o Sindicato dos Farmacêuticos da Bahia se posiciona completamente contrário à PEC 241.Somos profissionais de saúde e estamos comprometidos com ela, com a manutenção e mais investimentos para o SUS, com a Farmácia Popular, assim como a educação. Não a PEC 241! O povo não pode permitir que lhe tirem os direitos mais básicos, não podemos mais permitir que os cortes e sacrifícios sejam justamente em nossa carne.

FARMACÊUTICO